Desde que o atual Prêmio da Música Brasileira chamava-se Prêmio Sharp, nos 90, a cerimônia em que se conheciam os melhores do ano apresenta especial temático com a música de um homenageado. Grandes shows já aconteceram no palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, mas não foram além da noite festiva.
O deste ano, em que Noel Rosa foi o homenageado, teve show com participação de Lenine, Zélia Duncan, Sandra de Sá e Arlindo Cruz. Além de virar itinerante, passando por São Luís, Carajás, Belém, Vitória, Belo Horizonte, terminando em e São Paulo. Na capital paulista, no dia 21 de julho de 2011, o show foi gravado para o DVD Vale apresenta turnê 22º Prêmio da Música Brasileira – show em homenagem a Noel Rosa.
O quarteto passeia por 21 canções, com roteiro de José Maurício Machline e Stella Miranda, o grupo que toca no especial, sob a batuta do pianista João Carlos Coutinho é formado por Lula Galvão (violão), Rômulo Gomes (baixo), Marcio Malard (cello), Zé Canuto (sopros), Jurim Moreira (bateria) e Armando Marçal (percussão). O cenário é de Gringo Cardia, inspirado nas ilustrações do carioca J.Carlos, contemporâneo de Noel. Há ainda a inédita Cantar Noel, feita a oito mãos por Lenine, Zélia, Sandra e Arlindo, com intervenção de Murilo Rosa, que conta “causos” do Poeta da Vila.
Como é comum nestes projetos há os altos e baixo, começa bem como Lenine interpretando O orvalho vem caindo, Tarzan (o filho do alfaiate), Filosofia e Feitio de oração, ratificando que é um dos grandes cantores atuais da MPB. Zélia Duncan também se sai muito bem com As pastorinhas (em dueto com Sandra de Sá), Sozinha, Quando o samba acabou, O X do problema, Último desejo, e Feitiço da Vila. Sandra de Sá, por sua vez, vai de De babado, Três apitos e Gago apaixonado. O problema é que de tanto tentar ser cantora de soul music, ela procura imprimir o seu estilo ao lirismo de Três apitos, mas a coisa não funciona.
Arlindo enche de ginga carioca o carioquissimo Noel Rosa, faz o repertório mais balançado com Fita Amarela, Com que roupa?, São coisas nossas, Conversa de botequim, e a oportuna Onde está a honestidade?. O show, que tem um repertório só de figurinhas carimbadas da obra de Noel, termina como jornada de pastoril, dando as boas noites, com Até amanhã.
José Maurício Machline garante que a turnê do Prêmio da Música Brasileira continua em 2012, com músicas de João Bosco, o homenageado da próxima edição.
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